Por Erasmus Morus
É Zilda! Ter utopia não é fácil! Ela desinstala, tira do lugar para o não lugar. Faz com que, aos setenta e cinco anos esteja fora da pátria levando utopia a quem pouco ou nada tem. É aí, buscando sua utopia que o derradeiro encontro se dá.
Não a conheci de maneira direta. Mas conheço centenas de frutos seus. Se se conhece a arvore pelo fruto, esta é, sem dúvida, de linhagem nobre. Seu irmão, o bom frei Paulo, ajudou a muitos em tempos de liberdade cerceada, construiu uma igreja Povo de Deus. Você, tendo seduzido a tantos com sua utopia, salvou vidas que nem mesmo você sabe quantas. É! Não há maior amor que dar a vida pelo irmão! Talvez o que é discurso de semana santa em muitas igrejas seja a síntese de sua vida imortalizada em tantas vidas resgatadas da morte.
Querem agora dar a você o prêmio Nobel. Interessante isso, sobretudo no ano de 2009. Quem o ganhou foi alguém que sustenta duas guerras. Daí a dúvida: o messias estadunidense ganhou o Nobel da Paz ou o da guerra? Isso não importa. Vanitas vanitatis!
Interessante que seu legado é um Nobel negado. Talvez assim seja melhor. Seu trabalho continua silencioso, sem alardes, semeando uma paz para além da ausência de guerras.
Sinceramente, espero que você, Zilda, não descanse em paz. Espero que sua vida, imortalizada em sua obra, continue a ensinar a todos o quanto é bom viver de esperança.
Viva a UTOPIA! Viva a PAZ! Shalom alechen!
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