domingo, 31 de outubro de 2010

Vence uma mulher...


por Erasmus Morus


Acontece algo que, sem dúvida, entra para a história do Brasil. Uma mulher é eleita presidente do Brasil.

Assistimos a uma campanha de baixo nível. Um jogo de acusações recíprocas e poucas propostas, ideias.

Enfim, em uma sociedade historicamente dominada por homens, uma mulher, a quem é dado o lugar à parte, do sexo frágil é eleita presidente.

Não há muito o que falar, visto que não sou especialista em análises sociais sob o paradigma das relações de gênero. Em meu limite de reflexão só posso analisar a mudança pela qual estamos passando. Depois do presidente operário, uma mulher.

Espero que a eleição de Dilma Roussef seja um lampejo de esperança de uma sociedade mais equitativa, onde valha a máxima de Sêneca: Homo res sacra homini. Membra svmvs magni corporis.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"E VOLTA O CÃO ARREPENDIDO"


Por Jostein Amundsen

Pois é amigo conspirador, o segundo turno das eleições está ai, e nós, mais uma vez teremos que decidir entre dois candidatos à vaga de presidente do nosso país.

Depois que se passaram alguns dias do resultado da primeira parte das eleições desse ano, os candidatos voltaram a trabalhar em suas “campanhas” eleitorais.

Assistindo e analisando os discursos e campanhas dos presidenciáveis, tive oportunidade de ver algumas propostas interessantes, algumas nem tanto, pude ver certo interesse dos candidatos em ajudar nosso país. No entanto esse tipo de atitude veio mudando em certos candidatos.

Vendo as “campanhas” dos candidatos hoje, tenho uma leitura um pouco diferente do que havia percebido anteriormente. Eles deixaram de lado todo o compromisso assumido no inicio da “corrida ao poder”.

Fiz questão de destacar a palavra “campanha” nesse texto para poder ficar mais claro o que quero falar, irei me explicar. Os candidatos estão em uma espécie de briga pessoal, fazendo ofensas e desmoralizando o adversário, estão deixando de lado o que realmente importa para o eleitor.

Vejo muitas pessoas que se deixam levar por essas “picuinhas” criadas para atrapalhar o oponente na hora de conquistar votos, eles estão usando um discurso cada vez mais apelativo, estão usando armas contra a democracia.

Um bom exemplo dessas armas usadas pelos candidatos, e a fé. A igreja católica deixa bem claro que é contra certas coisas, para se beneficiar, os candidatos usando desse artifício contra os eleitores, elencam seus discursos com falas voltadas para o que eles querem ouvir, e os eleitores mesmo sabendo que eles não iram fazer exatamente como falam confiam, porque a “igreja” acha que é certo votar em certa pessoa.

Esta eleição está sendo muito esclarecedora pra mim, sou um cidadão que tenho direito a voto há pouco tempo mas me importo com o futuro de nossa geração. Então procuro me informar, estudar e conhecer os candidatos. Estou vendo que cada vez que eles abrem a boca pra falar sobre alguma coisa, eles estão voltando anos e anos atrás em âmbito de democracia e clareza de proposta. Estamos voltando à época do “voto de cabresto” como eu mesmo já havia citado antes.

Como o nosso objetivo nesse blog e o debate (o que deveria ser feito por “eles” [hehe]) deixarei alguns questionamentos.

Onde vamos parar com todo esse descaso com o cidadão?

Nós estamos sendo honestos conosco mesmos, deixando-nos influenciar pelas idéias dos outros?

Não tendo outras opções de voto, seremos nós capazes de eleger a pessoa mais competente para nos representar?

Vamos mudar o mundo, meus amigos. O poder de escolha é seu.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“Entre vós não deve ser assim”: uma pensata teológica sobre a intervenção de igrejas nas eleições 2010


Por Erasmus Morus

O Brasil vive um grande momento de sua história: a possibilidade de escolher entre projetos distintos de governo já experimentados. Infelizmente a campanha perdeu seu caráter propositivo e dialógico do primeiro turno e passou a uma troca de acusação entre a situação e a oposição. A situação ainda piora quando igrejas, em nome de Deus, fazem looby para favorecer candidato x ou y.

Como teólogo e conspirador deste blog, não posso deixar de me posicionar acerca da missão da Igreja cristã no que tange à política.

Desde os primórdios o messianismo de Jesus de Nazaré não é bem compreendido por todos aqueles que são seus seguidores. Alguns dos que estavam com ele pediram lugares à sua direita e à sua esquerda. A resposta de Jesus é emblemática: os governos buscam poder mas, entre os discípulos não deve ser assim. Quem quiser ser o primeiro que seja o servidor de todos.

A Igreja, no entanto, após o edito de Milão por Constantino, abandona as catacumbas e se atrela ao poder estatal a ponto de o dito Imperador se considerar “bispo de fora” por ocasião do Concílio de Nicéia. A Igreja vai se adaptando aos rumos históricos da Europa e vai cada vez mais se centralizando e assumindo um poder político de grande expressão. Haja vista as 27 leis ditadas pelo papa Gregório VII, onde afirma que somente os pés do papa podem ser beijados.

Certamente, como afirmam alguns historiadores da Igreja, isto era necessidade da contingência histórica. Fato é que a Igreja se vinculou às cortes e passou a exercer poder político e espriritual.

Com o advento da modernidade e do estado laico as igrejas perdem, de alguma forma, o poder político oficial. Todavia os palácios episcopais e as casas paroquiais continuam a, saudosamente, suspirar pelo poder das cortes.

O Concílio Vaticano II é, sem dúvida o grande marco da Igreja Católica no século XX, pois, ao invés de ser um concílio dogmático como os demais, ele é um concílio pastoral, onde a Igreja volta-se sobre si mesma, em humilde gesto de auto crítica repensa e reformula sua caminhada pastoral.

No Concílio a Igreja passa a se compreender como Povo de Deus que vive em comunhão e sua missão é testemunhar o Evangelho em meio às alegrias e esperanças do homem.

Depois dessa digressão histórica podemos pensar, à luz da Palavra de Deus e do Concílio Vaticano II o que estamos testemunhando: Igrejas exigindo que candidatos assinem compromissos com suas pautas morais, bispos escrevendo cartas dizendo claramente aos fiéis que não votem em determinado partido. A igreja, em seu aspecto humano é inegavelmente uma coorporação política, visto que o homem é animal político e é este homem que compõe a Igreja como seu membro.

Sendo a missão da Igreja evangelizar e sendo ela a-partidária, já que ékklesia, re-união de pessoas, ela está falhando ao obrigar candidatos a assinar suas pautas morais.

Não estamos aqui discutindo a pauta moral das Igrejas, mas a maneira com que ela a propõe. Vivemos um saudosismo das cortes quando deveríamos revisitar nossas origens, as catacumbas, e anunciar o Evangelho da vida e não o impor.

Será o que faria Jesus? Faria campanha a favor de um partido ou promoveria a unidade dos filhos de Deus, acolhendo a todos os partidos e propondo um caminho que visa fazer uma nova consciência? A César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Protestos na esfera pública


Por Vlado


Caros conspiradores, é muito bom compartilhar deste espaço com vocês e debater nossas ideias. Gostaria de parabenizar os recentes dizeres acerca do movimento eleitoral por parte de Erasmus, Frederico e Jostein. Lamento muito a ausência de Mírian, mas sei que em breve ela voltará com todo seu brilho, pois é uma sonhadora verdadeira e está sempre a serviço da construção daquilo que acreditamos ser um mundo melhor.

Hoje gostaria de continuar falando de política, afinal, ela tem uma importância significativa em nossas vidas. Para isso, quero falar da esfera pública, que é onde podemos, enquanto cidadãos de uma democracia, manifestar nossas opiniões e fazer valer a soberania popular.

Algumas discussões surgiram acerca do fato de resultados bizarros das eleições. Tudo isto de maneira muito pertinente. A esfera pública, nosso espaço de ação, foi palco de decisões soberanas, mas altamente criticadas por grupos sociais. O palhaço eleito, sendo o mais votado entre os deputados federais, foi alvo de críticas. Ele ilustra o descontentamento de grandes intelectuais e cientistas políticos com os rumos de nossa democracia.

Porém, creio que apesar de ser um tanto insana a decisão de eleger um candidato que abertamente se propõe a não fazer nada, essa decisão tem um lado positivo. O povo votou sabendo que não haveria retorno, e, embora isto manifeste uma despoilitização, mostra que muitos se cansaram de enganação.

Nos esquecemos que também tivemos o Garotinho como um dos mais votados, o Paulo Maluf também, que, por enquanto, estão barrados pela lei "Ficha-Limpa". Estes são os políticos profissionais, mas poucos se preocupam com a votação dada a eles. E tem outros.

O palhaço acaba sendo mais um de um grupo de resultados duvidosos. Mas a soberania popular quis, ela que decida. Dos três candidatos citados só a lei dirá se assumem de fato. Dois pela lei já citada da "Ficha-Limpa"e o outro precisará provar que é alfabetizado.

Contradições de um país complexo.

Eu, Vlado, quero acreditar que possa ser possível construir um mundo melhor usando a esfera pública de maneira mais ativa. Precisamos repensar muita coisa, mas existe uma luz no fim do túnel. O povo mudou. Muitos já sabem ser críticos, outros já votam com melhor consciência, já outros protestam de maneira perigosa, mas não ingoremos os protestos, eles são essenciais.

Pior do que está, fica sim. Mas pode também ficar melhor, basta continuarmos cobrando, protestando, duvidando, acreditando...


Que venha este segundo turno. Quem será nosso próximo presidente?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Oráculos


Por Erasmus Morus

Os oráculos, na antiguidade, eram procurados pelos homens por darem respostas, orientações em uma situação onde impera a dúvida.

O mais famoso para os Ocidentais talvez seja o oráculo de Delphos, donde encontramos a famosa inscrição celebrizada pelo Sócrates platônico: conhece-te a ti mesmo.

A grande resposta para as perguntas humanas eram encontradas neles mesmos.

A busca humana não finda com o tempo. Somos seres “buscantes”, peregrinos em busca da verdade.

Não abandonamos, tampouco, os oráculos. O mais famoso deles hoje é o Google. Um simples click na palavra buscar e uma imensidão de respostas prontas se nos apresentam. Coisas boas, coisas ruins indistintamente apresentadas, esperando o discernimento do sujeito. Aí reside nossa grandeza e nossa pequenez: somos capazes de de-cidir. Somos também a-críticos para discernir.

Vendo hoje um grupo de pessoas agitando bandeiras de partidos de ideologias diametralmente opostas e que, no entanto, estão coligados, pensava eu com os meus botões e com quem-me-acompanha-o-existir: quem, será, de fato, que vencerá as eleições? O melhor candidato? A melhor proposta? A melhor propaganda?

Estamos diante de uma encruzilhada. A eleição do deputado-palhaço é uma ilustração bastante interessante do nosso tempo: “pior do que tá não fica!” É momento de de-cidir por modelos diferentes de governar.

A qual oráculo consultaremos nesta eleição? Ao que nos dá respostas prontas ou ao que nos ordena: conhece-te a ti mesmo? Cada povo tem o governo que elege, ou é levado a eleger.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Eleições: nonada

Por: Frederico Rosa

Bairrismo. Resumo assim o pseudo esforço político dos brasileiros de modo geral.
Quanto aos candidatos, imagino se há, de fato, o intuito construtivo da democracia. Na verdade o sentido etimológico grego parece ter ido há muito! Promoção pessoal, ataques e.....bairrismo. Direcionamentos e mais direcionamentos... fala-se muito nessa época.
Parece que fazem de nossos pobres caixas de votos. Como é a pobreza que vence a eleição, acho que é por isso que não há muito empenho para erradica-la.
Quanto aos brasileiros, repetidores deste atos supracitados, apegam-se às promessas, às pessoas, às imagens construídas.
Então católicos carismáticos e protestantes não votam na Dilma porque ela é "a favor do aborto". A Igreja inclusive lançou carta com pedido de negação de voto a candidata.
Os pobres não votam no Serra, pois ele é "tucano". Inclusive há campanhas com este conteúdo.
Ora, que Brasil é esse que queremos? Afinal, o que estamos escolhendo, os governantes do país ou os governantes de certos grupos. Será que a grande utopia não seria o pensamento do TODO?
Acredito que seja, mais do que nunca, necessário vislumbrar as totalidades. Avaliar se um candidato possui projetos que abranjam a universalidade do país, claro que elencando prioridades.
É importante ressaltar que ideologias até vencem eleições, mas não sei ao certo se são capazes de construir um governo justo e forte.
Para além da baixaria narcisista que nos salta aos olhos (ou aos ouvidos) todos os dias, manifesto a minha descrença na hipocrisia de uma política partidária, perdida nos olhares fanáticos idealistas e banalizada nas ideologias, onde o que há é um círculo vicioso de disputa pelo poder, um pêndulo onde os topos são alcançados pela arte retórica!
Como o bom-senso caiu em desuso na 'Pátria amada' (amada até certo ponto), vamos aguardar as eleições.
Mas, como diria Guimarães: "O sertão é assim. Deus mesmo, quando vier, que venha armado"

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Rápidas relfexões

Por Vlado

A eleição terminou. O circo ainda não. Falta o segundo turno. Teve palhaço, fantoche, atores, atrizes, máscaras. Tudo previsível.
Existe motivos para esperança? Sempre tem que haver.


Aproveito a dar as boas vinda a Frederico Rosa, ao qual desejo muito êxito junto a nós...

Curto, simples e objetivo.